Do Meu Interior, Lembranças E Amor

Todos nós estamos ligados ao passado de alguma forma; lembranças alegres e tristes fazem parte da vida. As lembranças ajudam-nos a fazermos escolhas corretas quando temos construído uma rica sabedoria mediante a análise de nossas experiências. Mas é pequena a ajuda oferecida pela nossa história, pois ela nos aponta somente parte dos nossos erros. Quem conhece todas as nossas falhas e, somente ELE, pode nos apontar soluções eficazes é Cristo!

O valor que damos às lembranças se reflete em nossa vida espiritual. Evidente que as lembranças más, que são particulares, não devem exercer maior influência em nós do que a certeza do perdão obtido. Se tivermos discernimento podemos julgar o quanto estamos desprendidos de nossas más atitudes, ou o quanto lutamos para conservar as boas. Quando há arrependimento e aceitamos a Cristo, as coisas ruins são perdoadas e temos ocasião para construirmos tudo novo em nossa vida (2 Co 5.17). Entretanto, podemos cair no erro de relatar a todos os maus exemplos que são do agrado de Deus que não relatemos — claro que devemos confessar nossos pecados uns aos outros (Tg 5.16), não basta somente contá-los a Deus em pensamento. Assim como a fé sem as obras é morta, confessar os pecados a Deus sem tomar as atitudes coerentes ao evangelho, aqui na terra, é uma ação inválida. Hipocrisia! No entanto, devemos ter prudência em utilizar em testemunhos ou aconselhamentos os erros que tenhamos confessado. Nem tudo pode vim a ser edificante.

Fato mais grave é se nos gloriarmos dos nossos erros, se utilizarmos deles para tentar adquirir posição de honra. Será que estaríamos libertos se nos alegrássemos em relatar aos outros as nossas oportunidades de cometer pecados, nossa possível proximidade a pessoas iníquas, nosso passado “glorioso” aos olhos cheios da vil concupiscência? Onde estaria nosso desejo por santidade? Onde estaria nosso amor a Deus? Pelo contrário, isso demonstraria nosso amor ao mundo e tudo que nele há! “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 Jo 2.15).

Se tivermos em nós esse tipo de contentamento nos erros, grandes serão as nossas trevas! Pois ainda não teremos aprendido a nos alegrar na pureza dos caminhos de Deus. Neste caso; se, pela graça de Deus, identificamos esta falha, temos ocasião para purificar-nos segundo os estatutos do Altíssimo; podendo, a partir disso, ter a consciência pura diante DELE. Seremos sóbrios, “exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.14). Mas, se somos repreendidos por Deus e não aceitamos, estaremos amando mais as trevas do que a luz. Aos tais resta “certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo” (Hb 10.27) — “Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.” (Jo 12.25).

Devemos nos afastar de tudo em que há maldade, purificando primeiro nosso interior e, por conseguinte, o nosso exterior. (Mt 23.26). As constantes lembranças indicam nosso ardente desejo em repeti-las; se o bem, para peso de glória; se o mal, para condenação e morte.

“Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” (1 Co 1.31)

Wesley Santos Rezende

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